Agência Parceira: RGB Comunicação

A SOLIDÃO NA ERA DA COMUNICAÇÃO

Vivemos em uma época curiosa, por um lado a tecnologia parece cada vez mais focada em facilitar nossa comunicação com celulares cada vez mais inteligentes e acessíveis às pessoas, criando canais cada vez mais largos de ligação com o outro, e por outro há uma produção cada vez maior de sintomas psíquicos ligados à solidão e ao desamparo (ansiedade, depressão, síndrome do pânico, etc.).

Ao mesmo tempo em que o outro está cada vez mais próximo, nos sentimos cada vez mais solitários. Ganhamos quantidade, mas perdemos qualidade no que diz respeito às relações. O excesso de comunicação parece ter gerado intolerância.

Schopenhauer descreve o Dilema do Porco-Espinho. Nele um grupo de porcos-espinho se amontoam em um rigoroso inverno a fim de se aquecerem, porém com a proximidade, os espinhos começam a machucar, os fazendo a se afastarem, os levando ao frio. Nunca encontrando assim uma posição confortável: ou estão livres dos espinhos uns dos outros e com frio, ou estão aquecidos e espetados com o espinho alheio.

Penso que o excesso de comunicação resolveu esse dilema: nos aproximamos dos outros a fim de conseguir calor e quando os espinhos começam a incomodar, procuramos outros “porcos-espinhos” até que os espinhos destes também comecem a se tornar um problema, e assim sucessivamente. Não aprendemos assim a conviver com as diferenças, nos tornando mais intolerantes. Constata-se isso na facilidade que se tem em bloquear ou ignorar alguém virtualmente (o que é impossível pessoalmente) e na construção de relações rápidas através de aplicativos/sites de relacionamento.

A intimidade foi substituída pela curtida, e as trocas por comentários, muitas vezes superficiais, embaixo de postagens que, com frequência, não traduz com honestidade a realidade de seu autor.

A reflexão que quero deixar aqui é direcionada individualmente a cada leitor: Como tudo isso afeta você?

Obs: Não é meu objetivo aqui criticar a tecnologia, as coisas avançam e mudam com o tempo e não há como frear. Minha intenção é apenas trazer uma reflexão sobre como estamos usando essa tecnologia e não à tecnologia em si.

 

PSICOLOGIA por Ricardo Meloni - Psicólogo

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