COMO FICAR, COM CERTEZA, “MALUCO BELEZA”...
É preciso ser competitivo. É preciso ser responsável. É preciso ser tolerante. É preciso ser rápido nas decisões. É preciso ter sucesso. A frase “É preciso...” aparece como um “depósito bancário” feito pela sociedade em nosso “extrato diário” sobre o que nossa mente e nossa vida necessitam se lembrar. Dessa forma, você entende que “É normal” tudo aquilo que segue essa linha, a do padrão social, a ser replicado e copiado por você. E você acredita ser “normal” ter seus desejos e sonhos, orientados unicamente, pelos padrões externos a você? Caso você possua vontades diferentes da grande maioria das pessoas, está disposto a “pagar pelo rótulo de maluco”? Quanto custa falar dos seus reais objetivos caso estes forem diferentes do “padrão normal”? Como se desbloquear internamente?
Uso com meus clientes uma ferramenta chamada “Análise Transacional” e segundo esta referência, cada um de nós, carrega dentro de si, um conjunto de “eus”. Sua conversa diária com seus “eus” pode lhe trazer muitas vantagens. Cada vez mais, quando aplico esta ferramenta, tenho a triste percepção de que as pessoas não investem tempo em conhecerem- -se intimamente. Você, eu, e muita gente sabe claramente o que o mercado de trabalho, a universidade, a família, e seus grupos sociais esperam de nós. Sua preocupação acaba então, sendo por ficar dependente no que “o outro espera de você”, “agradar a” ou “atender a” enquanto você mesmo já não sabe o que você quer na verdade. O que percebo, na prática, é que existe um grande desafio: como atender equilibradamente aos padrões sociais e respeitar a sua própria essência?
“-Miga sua loka se joga”, já viu alguma postagem assim nas mídias sociais?! E mesmo o famoso “Tá nervoso? Vai pescar”. Qual é o “seu eu” que ao“se jogar”, se divertir, se libertar é ativado? Segundo a análise transacional, é o seu “eu criança”. Sim! É seu “eu criança” interior que você ativa enquanto se diverte, quando pratica um hobby, quando usa sua criatividade, quando você fala o que pensa e sente.
Era uma manhã fria em São Paulo. Júlia e eu estávamos brincando no parque quando ela avistou a piscina e disse: “-Mamãe será que posso ver a água?”. Ventava muito e fiquei a uma certa distância aguardando, na certeza de que ela voltaria rápido.
Mas, após se abaixar e colocar as mãozinhas na água sorriu largamente e perguntou: “-Mamãe, será que eu posso colocar os pés na água?”. Devolvi o sorriso e rapidamente disse “-Lógico!”. Assim ela fez e novamente virou-se para mim: “-Mamãe, será que eu posso colocar minhas perninhas na água?”. Vendo aquele rosto radiante balancei a cabeça sinalizando um sim e lá foi ela, levantou a saia, e uma perna de cada vez, lentamente ela entrou na água. Olhos arregalados e risada gostosa, eis que me diz: “-Mamãe, será que eu posso entrar inteirinha na água?”. Não aguentei, e vibrando, quase incrédula, afinal aquilo devia ser parecido com “gelo derretido”, confirmei: “-Lógico que pode querida”. Então seu rosto mudou. Ela olhou as demais crianças no parque, abaixou a cabeça e disse “-Mas mamãe, as outras crianças vão achar que sou maluca”.
Então, com convicção respondi: “-Claro que é maluca. Na nossa casa, somos todos malucos, maluco beleza!”. Com os olhos arregalados ela pulou na água. Sim, “inteirinha”, de roupa e tudo, como ela desejava. Após levantar, com os lábios roxos, dando gargalhadas ela me chamou: “-Agora podemos ir embora mamãe”.
Querido leitor, eu o convido a experimentar “ficar maluco beleza”, a se divertir mais levando sua “criança interior” para ser livre! Eu o convido a viver uma pequena grande aventura na sua jornada. Faça parte do coro: “Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual. Eu do meu lado aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real. Controlando a minha maluquez. Misturada com minha lucidez. Vou ficar, ficar com certeza, maluco beleza”.
por Érika Pereira
Coach e Gestão de pessoas
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