Dia da Indústria é especial para Sertãozinho e região
Rafael Cervone*
Neste Dia da Indústria, 25 de maio, cabe destacar a importância da atividade na área de representação da Diretoria Regional do CIESP de Sertãozinho, que abrange Barrinha, Guariba, Pitangueiras, Pontal e Pradópolis e na qual se destacam os segmentos metalmecânico, de equipamentos pesados para usinas de açúcar, mineração, papel e celulose. São cerca de 500 empresas.
Em Sertãozinho, a indústria é responsável por 42,32% dos empregos formais, paga salário médio de R$ 3.668,00, o maior dentre todas as atividades, e contribui com 33,24% do Valor Adicionado, segundo informações da Fundação Seade – Sistema Estadual de Análise de Dados. As estatísticas demonstram o quanto é importante trabalhar para o fomento do setor. A agenda de fortalecimento e resgate desua competitividade é muito relevante para o País, pois as nações que conseguiram dobrar sua renda média num período de apenas 15 anos foram aquelas que elevaram a participação do setor a um patamar acima de 20% do PIB. Por isso, precisamos vencer as barreiras que continuam dificultando seu avanço, como o atraso do marco legal, insegurança jurídica, burocracia, impostos exagerados, baixa disponibilidade de crédito e todos os fatores referentes ao chamado “Custo Brasil”.
Não podemos mais perder tempo. Na década recém-terminada, de 2011 a 2020, o mundo cresceu 30% e o Brasil, apenas 3%. Por isso, teremos de realizar em plena crise da Covid-19 o que negligenciamos há muitos anos, a começar pelas reformas estruturais, principalmente a tributária e administrativa, e adoção de uma eficaz política industrial, para que o setor tracione o desenvolvimento nacional.
Os números são incontestáveis quanto ao significado da indústria: apesar de representar 11% do PIB, responde por mais da metade das exportações de bens, 69,2% do investimento empresarial em P&D, 33% da arrecadação de tributos federais, 25% do total nacional de impostos e 31,2% da arrecadação previdenciária patronal; emprega 20,4% dos trabalhadores brasileiros; e é a atividade que mais promove a difusão de tecnologia e produtividade, segundo dados do IBGE.
Porém, o setor enfrenta grave perda de competitividade. Estudo do Movimento Brasil Competitivo (MBC) revelou que produzir no Brasil custa anualmente R$ 1,5 trilhão a mais, cerca de 22% de nosso PIB, do que na média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Precisamos reagir de imediato, inclusive mobilizando as empresas, por meio de nossas entidades de classe no Estado de São Paulo – o CIESP e a FIESP –, para influenciar a modernização das leis que regem a economia e a adoção de uma política industrial eficaz e duradoura. Isso é decisivo para o Brasil crescer de modo sustentável, promover aumento e melhor distribuição da renda e alcançar um patamar mais elevado de desenvolvimento.
Também é fundamental capacitar os recursos humanos atuais e as futuras gerações para as mudanças em curso e o advento da inteligência artificial, internet das coisas, robotização, machine learning e digitalização da economia, cujo advento foi acelerado pela pandemia. Nesse aspecto, a educação, ainda precária no Brasil, tem missão relevante, fator que demonstra o significado do Sesi-SP e do Senai-SP, vinculados à FIESP, exemplos de excelência no ensino, que prestam serviços inestimáveis aos industriários, suas famílias e a toda a sociedade.
Os desafios são muitos. Porém, trabalhando com união e sinergia em torno de nossas entidades de classe, como se observa no âmbito da Diretoria Regional do CIESP de Sertãozinho, teremos melhores condições de construir um ambiente de negócios mais favorável. Os industriais são resilientes, capazes de superar adversidades e têm demonstrado muita competência para manter suas empresas vivas e gerar empregos em cenários desfavoráveis. Por isso, apesar das dificuldades atuais e da grave crise relativa à pandemia, celebramos este Dia da Indústria com esperança e a certeza de que o setor será protagonista de um novo e próspero Brasil.
Rafael Cervone é vice-presidente da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).