Agência Parceira: RGB Comunicação

Diversificar, inovar, crescer - Aparecido Luiz, presidente do CEISE Br

A indústria está diretamente condicionada ao modelo de economia que experimentamos atualmente, praticamente direcionando sua produção, dificultando sua diversificação. No entanto, uma nova forma de produção é também resultado direto deste mesmo modelo econômico – isso não quer dizer que a empresa vai se desvencilhar de sua atividade principal ou então sofrer queda de produtividade por ter que atender a novas e distintas demandas.

A necessidade de diversificação da produção advém tanto das condições externas, de mercado, quanto das transformações da própria empresa, influenciadas pelas adversidades dos negócios consolidados – que não precisam, necessariamente, ser descartados ou rebaixados a improdutivos, mas ao menos paralelos às novas oportunidades de investimentos.

A concorrência deixa de ser uma vitrine para ser um grande condutor nestas ações visando múltiplos mercados, uma vez que o consumidor atual, independentemente da posição que ele ocupa nessa rede, está cada vez mais exigente, ávido por novas tecnologias/inovações que agreguem valores econômico e sustentável. Esse cenário gera uma reação em cadeia que, ao contrário do que se pensa, não limita a capacidade produtiva, mas a desafia a expandir fronteiras.

Sertãozinho (SP), principal polo tecnológico voltado para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, até pouco tempo tinha uma indústria de base dedicada quase que exclusivamente ao setor sucroenergético, com fabricação de máquinas, equipamentos e prestação de serviços para usinas. No entanto, os efeitos das crises econômica (mundial) e setorial têm direcionado a produção dessas empresas para outras áreas.

A movimentação em direção à diversificação, apesar de necessária para manter as indústrias em pleno funcionamento durante os 12 meses do ano, ainda é encarada como última alternativa pela grande maioria dos empresários, seja por resistência cultural, seja por falta de capital para investir.

Diante dessa realidade, o CEISE Br vem intensificando seus trabalhos junto aos associados, no intuito de apresentar mercados para a diversificação. Recentemente, a entidade firmou parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico para a implantação do programa Diversifica Sertãozinho, que também conta com a cooperação da FATEC local e do CIESP Sertãozinho.

Como primeira atividade, o projeto promoveu um encontro, no dia 11 de maio, próximo passado, entre empresários e a NUCLEP Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A – indústria de base produtora de bens de capital sob encomenda, que opera essencialmente na área de caldeiraria pesada, sediada em Itaguaí (RJ), e vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Focada em atender às demandas das áreas Nuclear; Defesa; Petróleo e Gás; e geração de outras fontes de energia, projetando, desenvolvendo, fabricando e comercializando componentes pesados, uma equipe de vendas veio à cidade em busca de empresas parceiras e possíveis fornecedores.

O interesse da NUCLEP no polo industrial de Sertãozinho valida a chegada de uma nova e promissora jornada de oportunidades de negócios. Desde o surgimento do Pré-Sal, o CEISE Br vem fazendo um trabalho de qualificar, de preparar suas associadas para este nicho de mercado.

Na reunião, o diretor comercial da companhia, Ricardo Corrêa, mencionou que há um esforço da Eletronuclear em retomar as obras da usina nuclear de Angra 3, já no início de 2018, e que, ocorrendo essa retomada, haverá contratos de montagens eletromecânicas, entre outros serviços, gigantescos para serem feitos.

Com esta visão, aliada à nossa capacidade para atender novos mercados, a comissão envolvida no Diversifica Sertãozinho já está organizando a vinda de uma empresa do ramo ferroviário para networking com as firmas locais. Este novo encontro de negócios deverá ocorrer até julho próximo.