E-COMMERCE: IMAGENS QUE VENDEM
No Brasil, o comércio eletrônico surgiu em 1995 e entre as empresas pioneiras nas vendas online destacam-se: Livraria Cultura, Grupo Pão de Açúcar, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Booknet. Quando fui chamado para fotografar uma das primeiras lojas do Magazine Luiza, em um bairro periférico de uma pequena cidade do interior, pensei que seria impossível as pessoas comprarem seus eletrodomésticos sem tocar nos produtos; grande engano, o crescimento do número de compradores online sempre esteve diretamente relacionado ao aumento das velocidades de conexão e meios de acesso. É lógico que quando estive fotografando em Palmas-TO, há 10 anos, tive muita dificuldade em encontrar, mesmo em cidades grandes, uma internet à cabo que conseguisse transmitir fotos pequenas; hoje faço isso no meio do sertão sem nenhuma dificuldade.
Uma pesquisa realizada pelo Google, mostra que o comércio eletrônico deve dobrar sua participação no faturamento do varejo até 2021, crescendo em média 12,4% ao ano; representando que as vendas vão dobrar em três anos, chegando a R$ 85 bilhões. Conclui-se, portanto, que o comércio eletrônico ganha espaço onde o varejo físico está perdendo.
Quantas vezes tivemos vontade de comprar alguma coisa pela internet, mas tínhamos medo da compra, pois a senha poderia ser copiada? A insegurança era visível, os comentários maiores do que os fatos; poucos se arriscavam e os que se arriscavam, tinham contas especiais para este fim. Além do medo de comprar, o medo de não receber o produto era assustador, e na maioria das vezes o erro ou a demora era o suficiente para fazer com que o aventureiro nessa nova onda desistisse de imediato.
Pode ser que, com grandes produções em flash, você consiga com que ele visite, mas sua permanência dependerá do conteúdo; sua construção pode ser agradável, moderna e inteligente, mas se as imagens contidas nelas forem ruins, com certeza ele não se prenderá. Por isso, é necessário aos grandes magazines sempre trocar e demonstrar, na vitrine de suas lojas, as mais belas peças com os mais ricos acessórios.
Se, ao passar por uma vitrine, os produtos não estiverem visíveis, limpos e bem arrumados, tenho certeza de que não comprará e muito provavelmente irá à concorrência que possui o mesmo produto, mas que por estar bem apresentável, será mais valorizado.
Como esse ainda não é um ponto muito considerado na hora do planejamento da empresa virtual, milhares delas se fecham em poucos meses e aqueles que reconhecem que as imagens são necessárias, acabam contratando fotógrafos que inviabilizam o projeto por falta de conhecimento da área de e-commerce.
Primeiramente, o tempo é algo primordial, já que muitas peças necessitam entrar no dia em que chegam e isso, geralmente, não bate com a agenda do fotógrafo; as quantidades de peças diárias, muitas vezes, não cobrem a quantidade mínima para uma diária ou meia de um profissional. Sem dizer que a pressa não deixará que o fotógrafo leve essas imagens para seu laboratório e dê tempo para o tratamento adequado. Muito menos dar a um Birô especializado em recortes e tratamentos para que haja uma perfeita imagem ou que, pelo menos, tenha a cor do produto de forma semelhante.
Daí, muitas vezes, o próprio diretor de arte ou mesmo o proprietário, fazem/contratam alguém para se encarregar dos constantes trabalhos. O funcionário é colocado em escolas de fotografia e cursos de Photoshop Básico, o que desenvolverá perfeitas técnicas que não terão tempo para usar aquilo que aprenderam, pois não há tempo neste comércio.
No e-commerce, o cliente compra algo que não viu ao vivo e paga alguém que não conhece apenas olhando para uma foto desse produto, por isso, é necessário passar confiança e profissionalismo. Mas, como não é viável contratar um fotógrafo e ou um manipulador para fotografar e tratar todos os produtos, o objetivo não é torná-los fotógrafos e manipuladores, mas capacitá-los a produzirem belas imagens que vendam seus produtos da melhor forma, seguindo todas as possibilidades e regras da fotografia para e-commerce. É necessário apresentar o produto de todas as formas, tamanhos, variedades e sanar todas as dúvidas e curiosidades do cliente, mostrando todas as possibilidades e ângulos que ele teria se estivesse com o produto em suas mãos.
A imagem do e-commerce deve ser limpa, ou seja, o fundo deve ser neutro para que as informações de ambiente não influenciem na decisão do cliente, é importante deixar a imagem visualmente leve, dando mais conforto e comodidade aos consumidores.
E para isso, precisamos sistematizar o trabalho, ter em mente que cada produto deve ser tratado de forma diferente, mas na mesma técnica; não há tempo para poesia, produtos opacos são fotografados de tal forma e os transparentes de outra e assim por diante.
Não existe mágica, o equipamento mínimo necessário deixará o custo/benefício ser rendoso em um tempo correto.
A sistematização fará com que qualquer pessoa na empresa possa fotografar com princípios mecânicos e uma linha de produção pode ser feita para obter imagens cada vez melhores, permitindo que os tratamentos das mesmas sejam muito mais rápidos e desta forma, sobre tempo para imagens com poesia.
Por conta dessa nova forma de produção de imagens para e-commerce, grandes empresas estão disponibilizando equipamentos especializados ou direcionados para tal formato. A fabricante “Mako”, por exemplo, tem kits de iluminação voltados para este campo.
Foi por conta dos requisitos necessários para esse estilo de fotografia que o Grupo Luz criou o curso de Imagens para E-commerce, onde nele é apresentado todos os princípios, técnicas e equipamentos fundamentais para sua realização.
O curso acontecerá nos dias 20 e 21 de outubro no estúdio do Grupo Luz. Para mais informações acesse o site www.grupoluz.com.br ou ligue: (016) 3966-1617 / 99254-2772.