FÉRIAS E SUAS FOTOGRAFIAS
12 meses trabalhados, um esperado recesso e uma rápida turnê por lugares sonhados é o mínimo que qualquer pessoa tem direito ao findar do ano, seja ela um profissional liberal, um funcionário, estudante ou mesmo aquela que depende de outros para poder sair. E o que nos resta deste sonho? Qual o saldo?
Alguns poucos badulaques e muitas lembranças que são apenas memórias que se perdem e se misturam com uma infinidade de outras informações no decorrer do próximo ano.
Surgiu daí a importância dada aos desenhistas que embarcavam nas viagens mirabolantes dos descobridores do mundo. Foi como conseguimos mostrar as Índias ao caminho das Índias ao rei português. O novo mundo, suas espécies e costumes, tal como este mapa feito em 1515 por Lopo Homem, Pedro e Jorge Reinel.
Mas qual a nossa habilidade para desenhar? Minha nenhuma. E a sua?
Imagine se ainda tivéssemos que sair a passeio com um bloco de papel e um lápis para retratar nossa tão sonhada viagem. Que viagem!
E foi então que nosso querido D.Pedro II levou, em uma de suas viagens na data de 08/01/1840, um equipamento revolucionário para a época. Usava a luz para registrar, apenas a luz, e retratava sem usar grafite ou tinta.
Porém, o descômodo de levar todo equipamento pesado e demasiado era insuportável, e só profissionais aguentavam árdua função. Tal como os desenhistas, estes também cobravam pelos registros.
A evolução neste campo foi absurda e, em menos de um século, passamos a portar câmeras com capacidade de registrar, mostrar, descrever, apontar e gravar uma série de informações dos lugares nos quais passamos. Mas e o profissionalismo?
Sim, este foi o grande problema de nossa memória, as imagens não são mais feitas por profissionais, não se tem a mesma preocupação e qualidade dos antigos profissionais ao registrar memórias. As imagens são feitas às dúzias, sem a preocupação de enquadramento, composição, fotometria, colorimetria e outros termos técnicos que são característicos dos fotógrafos que estudam ou mesmo dos amadores mais exigentes. Ou pior ainda, quando se trata da preservação destas imagens, que na maioria das vezes se perdem por completo na formatação de um computador ou com o roubo de um celular. Anos, festas, nascimentos e comemorações perdidos de uma vez, num piscar de olhos, num apertar de uma tecla ou num movimento rápido de um larápio.
Por isso, cada vez mais e mais pessoas estão procurando nossos cursos básicos de fotografia: para aprenderem a registrar melhor momentos que querem eternizar ou mesmo para aprenderem a guardar de forma segura estas imagens através das nuvens ou em sistemas de segurança pensados e organizados.
Levando em conta que a memória é uma das nossas maiores riquezas, não podemos esquecer que estas também são heranças que passaremos aos nossos filhos.