Agência Parceira: RGB Comunicação

MEU PAI ME ENSINOU A DIZER "EU TE AMO"...

Faz pouco tempo meu pai sofreu um ata­que cardíaco. Após ficar em coma, se re­cuperou e hoje passa bem. Mas me pego a lembrar de amigos, familiares, e conhecidos que infelizmente não voltaram com seus paizinhos ao seu lar. Se nascer, crescer e morrer parece um fato, por que, ninguém nos ensina a perder quem amamos? Se é racional que todos um dia partiremos, por que há tantos filhos sem falar com seus pais e pais sem falar com seus filhos? Se é lógica a necessidade de boa convivência, por que a briga e o desrespeito moram em tantos lares? As datas comemorativas podem ter ou não, segundo você, um motivo para co­memorar. Agosto, dia dos pais, como você se sente? Hoje, o que significa para você?

Para mim, esse será o primeiro dia dos pais depois do que nossa família viveu. Para mui­ta gente, esse será o primeiro "dia dos pais" sem pai. Como lidar com o luto? Nos meus atendimentos, ensino a diferença entre os conceitos "Tempo do relógio" e "Tempo psi­cológico", você já ouviu falar? O tempo do relógio trata-se do que chamamos de "ago­ra", do tempo real, literalmente seguindo o relógio, dias da semana, meses e ano. O "tempo psicológico" é você quem dá sig­nificado, por exemplo, conheço gente que odeia natal. Essa pessoa passou por um acontecimento ruim em 25 de dezembro de 1995, mas depois de viver esta situação associa que, todo natal vai ser igual. Assim sendo, até antes do natal ela vai dizer "Ah, natal eu não gosto, não ligo" e acaba se preparando, mentalmente e emocionalmen­te, mesmo que não perceba, para perpetuar esse fato. Essa pessoa vive em "tempo psi­cológico", no qual, ela determinou que todo natal "futuro" será ruim igual foi o natal "pas­sado". No tempo psicológico, uma pessoa nunca vive o agora, ela oscila entre passado e futuro associados a um fato psicológico.

Uma pessoa que perdeu seu pai, ou que não fala com o pai por conta de uma grande mágoa, ou que nunca conheceu o pai, ou que o pai mora muito distante, como cada indivíduo, nestes cenários, consegue cele­brar uma data como o "dia dos pais"?

Haverá sempre duas escolhas: negar ou aceitar.

Você pode negar. Negar é "não aceitar". No caso de alguém que o papai morreu, é co­mum que esta pessoa diga "Eu ainda não acredito que ele partiu, parece que é men­tira". Alguém que brigou com o pai diz "Se ele falasse comigo, se ele fosse diferente, eu comemoraria, hoje não tenho nada para co­memorar". A negação é sofrimento.

A aceitação é a acolhida dos fatos. É sa­ber que aquilo está acontecendo, quer você faça algo ou não, está acontecendo real­mente. É quando você se pergunta "O que depende de mim, o que eu posso fazer? Qual passo posso dar?". Você olha para o que está se passando, encara os fatos e tem consciência das consequências.

Você perdeu seu pai. Pode ficar triste em todos os próximos "dia dos pais" e mesmo em todas as comemorações dizendo "Nun­ca mais será do mesmo jeito". A escolha é sua, pode dizer isso e se comportar assim, mas o que ganha com isso? Você ficará mais tranquilo? Ganhará mais paz? Você sentirá mais equilíbrio?

Você não conversa com seu pai, vocês bri­garam. Você diz que tem razão. Nessa "bri­ga de quem tem razão", todo "dia dos pais" você repete suas mesmas justificativas, fica ansioso, nervoso e, no mínimo um mês antes e especialmente no dia, você repete pensamentos e emoções ruins, sem perce­ber, mas para provar que você está certo. Vale a pena? Negar que esse cenário é ruim, está fazendo você ganhar o quê?

Psiquiatras, médicos e enfermeiros, profis­sionais em geral da área da saúde e, mesmo durante minhas sessões, temos muito a di­zer a você que continua querendo ter a ra­zão: um dia pode ser tarde demais! No leito de morte, 80% dos pacientes pedem per­dão. A grande maioria queria ter mais tempo para amar e viver o "agora".

Lembro com profundo carinho da amiga Renee Hosse Gatto Martinussi que hoje se lembra do paizinho, o Sr. José Gatto que partiu. Pense numa família que vive nos ali­cerces do amor e da fé! Pense num homem que transbordou carinho e sorrisos. Mesmo depois da perda, é muito mais amor do que dor para se lembrar, para ser sentida. Colo­car amor no lugar da dor, esse é o exercício que ensino, o amor vive para sempre.

Escolha e aceite viver, agora, nas vias do amor...

Te amo papai ... obrigada por tudo

por Érika Pereira 116 98146-6112111 95288-2203

Coach e Gestão de pessoas

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