Agência Parceira: RGB Comunicação

O MUNDO ESTÁ MORRENDO POR FALTA DE EMPATIA

Era uma manhã de quarta-feira do mês de abril. Pelo Skype, Helena, minha secretária, avisa que uma mulher chorando copiosamente me aguardava na recepção do escritório.

Como uma aluna surpreendida por uma prova surpresa, Helena perguntou:

“O que eu faço?”

Prontamente respondi:

“Demonstre empatia”.

Ela novamente me interpelou?

“Não entendi”.

Tentei explicar:

“Demonstre que você se importa”.

Helena então me perguntou?

“Como faço isso?”

Curioso com o que poderia responder, já que demonstrar empatia não é um conceito simples de ser explicado, simplesmente falei:

“Comece oferecendo um lenço e um copo de água. Diga para ela tentar se acalmar, e seja o que for que estiver acontecendo não existe mal que não possa acabar, reafirme que vamos ajuda-la e que tudo vai terminar bem. No final dê um sorriso sincero e aperte levemente a sua mão.”

Ok, ela me respondeu.

Passados 5 minutos entra uma jovem mulher com os olhos vermelhos na minha sala. Percebi que suas lágrimas também haviam molhado uma pequena mecha de seus cabelos. Já mais calma me explicou o motivo da consulta. Disse que na noite anterior ocorreu uma séria briga entre ela e seu marido João; ressaltou que ele a havia desrespeitado e magoado profundamente e, por isso, queria dar cabo ao seu casamento.

Começou contando que ficou irada quando João confessou que havia pedido as contas do trabalho no dia anterior, sob o argumento de que teria sido humilhado por seu chefe após uma discussão. Mesmo diante da justificativa apresentada por João, ela entendia como inadmissível aquela circunstância do pedido de demissão.


Tentei explicar, que talvez João tivesse seus motivos, que talvez a situação realmente houvesse se tornado insustentável e que agora haveria a possibilidade de ele recomeçar em um novo emprego o qual se sinta valorizado.

“Mas doutor, ele sabe muito bem que tem dois filhos e mulher pra cuidar, que a gente paga aluguel e tem prestação do carro. Ele que engolisse seu orgulho e ficasse quietinho lá no canto dele.”

Por fim, contou que João no calor da discussão tinha-lhe chamado de preguiçosa, batido na mesa e gritado que tudo ali dependia dele.

“Como preguiçosa, lavo, passo, cozinho e cuido dos filhos dele. Nem sei quando foi a última vez que tirei um tempo para mim”.

Depois de ouvir tudo aquilo, pensei em voz alta:

C*r@lh*, O MUNDO ESTÁ MORRENDO POR FALTA DE EMPATIA.

Talvez o chefe tivesse em um dia ruim e descontado injustamente no pobre do João.

João por sua vez, ao se deparar com a incompreensão da mulher, também foi cruel e desferiu palavras que doeram mais do que uma sequência de socos do Mike Tyson.

E toda essa confusão terminou no desnecessário divórcio de um matrimônio de 5 anos, que atrapalhou também a trajetória dos dois filhos do casal. Mais quantas pessoas esse ciclo de incompreensões iriam atingir?

Enquanto a sua dor, não for a minha dor, a vida vai estar sempre recheada dessas tristezas, de incontáveis mal-entendidos que terminam sem que a gente sequer tenha compreendido o porquê começaram.

“PARA COMPREENDER AS PESSOAS DEVO TENTAR ESCUTAR O QUE ELAS NÃO ESTÃO DIZENDO, O QUE TALVEZ ELAS NUNCA VENHAM A DIZER.”

Olhe nos olhos, pergunte a sua família e aos seus amigos se está tudo bem - por que realmente você se importa com a felicidade deles - e não somente pela curiosidade em saber da última fofoca, o “bafo e o babado que estão rolando”.

Tenha EMPATIA! A vida irá te recompensar por ser um ser humano iluminado. Fazer (e ser) o bem é o que nos torna diferentes no meio dessa multidão de gente apática e sem sal.