PROCRASTINAÇÃO: A ARTE DE DEIXAR PARA DEPOIS
Aquela revisão do carro que você precisa fazer, mas vive adiando? Ou aquele projeto de começar a se exercitar, mas que você sempre deixa para o dia seguinte? Ou aquela tarefa chata que precisa ser feita, e você nunca consegue reunir energia suficiente para fazer?
Se você se identificou com alguma dessas perguntas muito provavelmente você é um procrastinador.
Procrastinação é o adiamento do cumprimento de um conjunto de atividades ou de uma atividade em específico. E é perfeitamente normal procrastinar de vez em quando.
Porém nos casos em que as procrastinações são mais persistentes a ponto de trazer prejuízos (na vida pessoal, social e/ou profissional) ela pode estar ligada (não necessariamente está) a ansiedade, baixa autoestima e/ ou a uma tendência autodestrutiva. Estes casos acontecem com mais frequência em pessoas com o perfil mais “sonhador”, que tem uma visão muito idealizada sobre suas aspirações e projeto. Procrastinar, nesses casos, é uma forma de não se expor à realidade, para que sua idealização não caia por terra.
Por exemplo, uma pessoa que se julga muito capaz de ser um empresário bem-sucedido, porém que sempre adia o início de sua vida empreendedora. Em seu imaginário ele é capaz de seguir um caminho tranquilo rumo ao sucesso, com um imediato reconhecimento do mercado, diferente da realidade cheia de burocracia, dificuldades e lições que devem ser aprendidas ao longo do trajeto. Procrastinar aqui tem a função de não deixar esta pessoa entrar em contato com estas dificuldades, o mantendo em suas confortáveis ilusões.
Existem outros motivos para a procrastinação, como pressão externa, medo de decepcionar as pessoas, medo do fracasso, etc.
Segue algumas dicas de como evitar a procrastinação:
1. Tenha clareza de suas metas: faça listas de suas metas diárias, semanais, anuais, etc. Não confie apenas na memória, registre seus objetivos e os revise de vez em quando para se certificar que não está procrastinando;
2. Crie auto recompensas: recompense-se de alguma forma ao cumprir suas tarefas, por exemplo: “se eu fizer tudo o que me programei vou comprar aquele chocolate que eu gosto”. A tendência é que com o tempo a própria sensação de dever cumprido seja a recompensa necessária para a execução das atividades;
3. Apegue-se a dados de realidade: sonhar é bom, nos impulsiona a nossos objetivos, mas procure ter sempre os pés no chão, procure conhecer as dificuldades para que possa superá-las, e não ser pego de surpresa por elas.
Ricardo Meloni - Psicólogo
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