UP! ALAVANCANDO A CARREIRA E A VIDA PESSOAL ATRÁS DE MEDO HÁ ROUPAS A SEREM LAVADAS
Qual é o seu maior medo?
Por trás dos resultados negativos na vida pessoal e nos negócios, há o medo que paralisa, que confunde, que cega, que estressa e até acaba com o prazer em viver.
Muitas vezes, sem que percebamos, levados pelo medo, tomamos as piores decisões e muitas das escolhas são irreversíveis.
Nos processos de diagnóstico empresarial, é facilmente identificável que as empresas que possuem resultados positivos têm em seu corpo direcional pessoas com conhecimento técnico diferenciado e com coragem para enfrentar desafios.
Ao contrário, as empresas que possuem resultados pífios ou negativos, com raras exceções, são assombradas pelo medo, que distorce a capacidade visionária de seus gestores, que perdem a capacidade de aprender com o passado, de atuar com foco em soluções no presente e com a visão estratégica para o futuro. O desconhecido gera medo.
Para ilustrar como o medo cega e confunde a mente, relato dois aprendizados do meu passado:
Situação 1: Fui uma criança que aprendeu a conviver com o bullying. Havia um garoto, de nome Carlos, um pouco mais velho, que era meu maior desafio. O pai de Carlos era um ex-detento e, só por isso, a maior parte das pessoas, por medo, evitavam se envolver com aquela família, criando todo um clima de tensão na vizinhança.
E eu era a vítima de Carlos, que se divertia dando um jeito de me envergonhar e de fazer sentir-me inferior, o que já não precisava muito, pois eu tinha um alto grau de timidez, sofria de asma e pior ainda, era desastrado no futebol. Ah! E tinha muito medo do Carlos. Ele era alto, não cheirava bem e era muito mau. Certo dia, depois de muita pressão e humilhação, perdi o controle e me atrevi a reagir, agredindo-o com um soco no braço com toda a minha frágil força. Feito isso, pelo que me lembro, nunca corri tanto na minha vida, tendo meu algoz no encalço. E quando não tinha mais fôlego e nem forças nas pernas, nem mesmo dúvidas de que iria apanhar, resolvi parar e enfrentar o meu maior medo. Parei em posição de combate e me preparei para também bater um pouco, se fosse possível. Quando para minha surpresa, Carlos olhou para mim, disse algumas palavras nem tanto ofensivas e foi-se embora. Descobri naquele momento que Carlos não era alto como imaginava, não cheirava e não era tão mal quanto o havia criado em minha mente. Depois desse dia convivemos com muito mais tranquilidade, chegando até a frequentar a casa um do outro.
Situação 2: Um dia meu filho, ainda pequeno, me chamou em pânico, quase nem tendo como se expressar, dizendo que havia um monstro no quarto. Pedi para ele se acalmar e me mostrar onde estava o monstro, pois iriamos derrotá-lo com raio laser. Com calma, entramos devagar no quarto. Ele me apontou onde estava o monstro e então pedi para ele acionar o botão do laser com o seu dedinho mágico, o botão da luz. Magnífica foi a cara de surpresa dele quando viu que o monstro se evaporou e no lugar do “Chuck”, o boneco assassino, havia um amontoado de roupas a serem lavadas
As pessoas criam e alimentam os seus medos. As organizações são feitas de pessoas que são assombradas por muitos “Carlos” que precisam ser encarados de frente e por um “amontoado de roupas” que precisam ser lavadas e passadas a limpo, com muita coragem. Quando não feito dessa forma, geram decisões equivocadas.
O medo é bom enquanto serve de alerta, mas quando cega e desestabiliza emocionalmente é um perigo e é daí que surgem as piores decisões. Alguns desses medos são gerados pela insegurança ou aversão ao risco, mas outros são alimentados pela ganância e falta de ética, mas todos os medos têm em comum a falta de conhecimento e deficiência comportamental.
A solução passa por acender as luzes do conhecimento e entendimento dos reais problemas, passando por:
• Entender se o problema é real ou é fruto de nosso desconhecimento do assunto, ou da falta de coragem para tomar uma decisão importante e as vezes radical.
• Existindo um problema, entender qual a origem do mesmo para poder estancar a fonte de energia que o mantém ativo.
• Planejar a ação para resolver o problema, que pode até ser aguardar o tempo passar, pois o hoje será o ontem de amanhã.
• Compartilhar as suas dificuldades com outras pessoas, que certamente terão outras formas de encará-las e juntos poderão aumentar a força que te levará a superação.
Todos nós temos o poder do dedo mágico para acionar o botão da solução, mesmo que seja preciso um tempo maior de ação para a superação.
O importante é levantar a cabeça, encarar e agir.
Quer falar comigo sobre esse tema? Me conte sobre seus medos. Você pode me chamar inbox. Como tenho feito para quem me escreve, terei um enorme prazer em te responder. Me siga nas redes sociais.
PRINCIPAIS MEDOS NAS ORGANIZAÇÕES, DE GESTORES E EQUIPES
• De mostrar a realidade da empresa, através dos números, para os demais sócios administradores ou não, e/ou para a família, temendo as críticas pelo suposto fracasso.
• De mostrar uma realidade que aponta para decisões equivocadas, não planejadas ou que apontem vantagens individuais.
• Medo da competência: Pode soar estranho, mas muitos gestores têm medo de ter em sua equipe pessoas com competência superior as deles, castrando a possibilidade criativa e inovadora que trás uma nova visão estratégica. Medo de perder o poder.
• Medo de errar: Pelo medo de errar, não arrisca. Em finanças o lema é de que quanto maior o risco, maior a chance de retorno. Porém, é indicado o risco planejado e não a incerteza. Falta de coragem para decidir
• Medo do líder nervoso: É muito comum nas organizações a prática da atitude “chefe nervoso, informação pela metade”, que inviabiliza decisões que antecipam soluções.
• Medo de adotar ações radicais que colocam a empresa nos trilhos dos negócios, mas que submetem a críticas pesadas e até algumas perdas econômicas e pessoais.
por Marcos Françóia
Consultor Empresarial, Professor, Palestrante e Coach
marcos@mbfagribusiness.com